segunda-feira, maio 25, 2009

ETAN PATZ

Boa noite!
Faz tempo que por aqui não passava para deixar um "post".
Eis-me aqui com algo que li e me sensibilizou por ser distante no tempo e tão actual, que me fez lembrar o caso Madeleine MaCcann, tal como ela Etan Patz também desapareceu de um momento para o outro, talvez a história não seja a mesma, mas ambos se evaporaram do convívio dos seus familiares sem que a justiça conseguisse descobrir para onde foram e com quem, em suma o que lhes aconteceu.

O que vos estou a mostrar passou-se á 30 anos, e todos estes anos o pai deste miúdo de sorriso franco escreve ao pretenso assassino, José Ramos, a seguinte frase :

"O que fizeste ao meu rapazinho?"

Não espera qualquer resposta, mas fá-lo para que o pretenso, quase oficial, assassino do filho.
Mas lá tal como cá por vezes a justiça encontra entraves para desvendar os crimes, embora por lá, tal como por cá, tenha havido polícias que continuaram a vasculhar na tentativa de desvendar o mistério.
"A arrepiante história sacudiu a América naquele tempo, mas algo neste caso (como, afinal, sucedeu com Maddie McCann) o tornou especial. Tão especial que a cara de Etan foi a primeira a aparecer nos pacotes de leite como forma de procurar informações e, em 1983, o Presidente Ronald Reagan declarou 25 Maio o Dia Nacional das Crianças Desaparecidas. Três anos depois, a data assumiu dimensão internacional. Neste dia, Stan, pai de Etan, pega num dos cartazes originais feitos com a foto do filho, escreve a sua eterna pergunta e remete a carta para a penitenciária do estado da Pensilvânia. E repete a rotina a cada aniversário do filho.Perguntaram-lhe há cinco anos se ainda esperava uma resposta. "Não, mas quero que ele saiba que não esquecemos o que nos fez." Depois daquele dia, a vida dos Patz nunca mais foi a mesma. E tudo começou com a decisão de, pela primeira vez, deixar a criança ir sozinha até à paragem do autocarro. Era uma curta caminhada de dois quarteirões, quase toda ela visível da escada de incêndio do prédio onde vivia, num bairro tranquilo da cidade e por ruas movimentadas. "Quase todos os outros miúdos vão sozinhos, por que é que eu não posso ir?", insistia Etan. Um dia, os pais cederam."
Até teve direito a um livro, tal como por cá.
"No livro After Etan: The Missing Child Case That Held America Captive (cujo primeiro capítulo pode ser lido em http://abcnews.go.com/2020/story?id=7577234&page=1), a autora, Lisa R. Cohen, descreve como a mãe, Julie, se lembra de seguir Etan com o olhar durante quase metade do trajecto, até depois de atravessar a primeira rua rumo à esquina que dava acesso ao local onde apanharia o autocarro da escola. E como resistiu à tentação de ficar ali até ao fim, à porta do prédio, a guardar o filho com os olhos, porque o mais novo (Ari, de dois anos) tinha ficado no apartamento, acompanhado de um amigo da mesma idade que lá dormira nessa noite. A irmã, Shira (oito anos e uma grande dificuldade para sair da cama), tinha de ser apressada a tomar o pequeno-almoço e o marido, Stan, fotógrafo profissional, ficara mais um bocado na cama depois de ter trabalhado noite dentro na véspera."
Ao longo destes anos os artigos de jornal foram-se multiplicando.
"Foi essa sensação de culpa que corroeu os Patz nas primeiras horas, enquanto centenas de polícias faziam buscas pelo bairro e a América se comovia com o drama de um miúdo risonho e independente, de uma família que podia ser, afinal, qualquer uma. Num artigo escrito para a New York Magazine (http://nymag.com/news/features/56441/) a propósito de mais um aniversário do desaparecimento de Ethan, Lisa R. Cohen recorda que uma geração de nova-iorquinos criada a brincar na rua com os amigos e a regressar a casa apenas para o jantar percebeu que esses tempos nunca mais se repetiriam. O medo triunfara."
Uma verdade temos vindo a notar, a de que o Mundo se tornou cada vez mais global e por isso mesmo mais perigoso para todos os cidadãos honestos, e ainda mais para as jovens crianças que trazemos ao mundo.
Fiquem bem