quinta-feira, outubro 23, 2008

Portugal e o amigo americano nas desigualdades entre ricos e pobres ....

Os políticos portugueses da maioria, PS e PSD/CDS, sempre gostaram de estar em comunhão de bens com o "amigo Americano", é com alguma tristeza que vemos este conluio até na referencia que lhe faz o "relatório do crescimento e das desigualdades" apresentado em Paris no dia 21 de Outubro de 2008, pela OCDE.

Podemos ver, ao ler os jornais, que Portugal está entre os países da OCDE em que a diferenciação entre uma minoria de pessoas muito ricas contrasta com uma maioria cada vez mais crescente de pobres.
"Lisboa, 21 Out (Lusa) - Portugal é um dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) com maiores desigualdades na distribuição dos rendimentos dos cidadãos, ao lado dos Estados Unidos e apenas atrás da Turquia e México."
Para quê aumentar os anos de espera para a reforma se depois não conseguimos criar emprego para os mais jovens que saídos para o mercado de trabalho não encontram lugares estáveis que propiciem um crescimento dos rendimentos que levem ao crescimento da economia, levando sim a um empobrecimento cada vez maior.
O relatório realça o aparecimento de um núcleo da população em crescente de pobreza localizado nas crianças e jovens adultos.

"As famílias ricas melhoraram muito a situação" em relação às mais pobres e, por outro lado, "o risco de pobreza deslocou-se das pessoas idosas para as crianças e os jovens adultos".
A OCDE define como situação de pobreza quando os rendimentos são inferiores a 50 por cento da média de cada país.
A pobreza das crianças, que aumentou nos últimos 20 anos, "situa-se hoje acima da média geral" e "deveria chamar a atenção dos poderes públicos", sublinha a OCDE.

Não é compreensível que na era moderna os políticos tenham deixado que o neoliberalismo nos tenha encaminhado para estas diferenças tão acentuadas entre os muito ricos e o crescente número dos muito pobres.

Estamos a ver desaparecer a classe média que se encaminha a passos largos para a pobreza engrossado o contingente dos que já hoje solicitam ajuda humanitária, há muito as organizações humanitárias chamam a atenção dos poderes políticos para o crescente contingente de elementos da classe média que escondem a sua pobreza.

Mas que temos visto fazer os governos, desde os presididos por Mário Soares até ao agora presidido pelo "nosso Primeiro", José Sócrates, passando pelos de Cavaco Silva, Guterres, Barroso, Santa Lopes, nada que equilibarsse a balança entre ricos e pobres, desde os tempos de Mário Soares que as campanhas para retirar aos mais desfavorecidos direitos de poderem viver com mais dignidade, desde tornar as leis do trabalho mais próximas dos interesses dos patrões, diminuir os serviços da saúde, etc., até que o neoliberalismo de Barroso e Santana Lopes, ao mesmo tempo que nos países ocidentais se passava o mesmo, levaram o Portugal e o mundo ao descalabro da proximidade de uma recessão que não se via desde o fim da 2ª Guerra Mundial, e o governo de José Sócrates com as suas políticas do défice só agravou a situação.

A machada final deu-se com as políticas neoliberais que assolaram o s países ricos, na América do norte e Europa, onde as falências de grandes instituições bancarias levaram a um inverter das posições político/económicas que não irão evitar mais pobreza e dificuldades para as populações mais desfavorecidas.

Assim vai o mundo e Portugal não foge á regra.

Fiquem bem.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Carta aberta sobre o "Magalhães" ao "nosso Primeiro", José Sócrates ......

Hoje vou dar-vos a conhecer um texto que me chegou via mail enviado pelo meu amigo Ramiro Pacheco Santos, que dando seguimento a uma ideia deixada pela autora do texto em formato de carta aberta ao "nosso Primeiro", José Sócrates, ou será Pinto de Sousa.
É pena ser anónima, mas como os escritos anónimos atingem por vezes grande notoriedade, fico na esperança de que com este suceda o mesmo.
"Sr. Engº José Sócrates
Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado.
Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe faz bem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia).
Gostaria de começar por lhe falar do "Magalhães". Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de e-escolinha.
O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologia dos factos associados ao projecto "Magalhães":
. No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o portátil Magalhães.
. No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de texto informando que o "Magalhães" é um projecto do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação,
escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o "Magalhães".
. No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros "Magalhães" na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis.
. No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um "Magalhães" debaixo do braço.
Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do "Magalhães". Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder.
Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma.
Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo pensou para o "Magalhães"? Que planos tem para o integrar nas aulas?
Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar num brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora.
Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum.
Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus!
Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!
Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas.
Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua professora de matemática e o seu professor de português. As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professor de português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor, então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via.
Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de português sorriam, entusiasmados.
Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o rigor é "obstinado", como dizem os poetas. Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado a disciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o que faltava, senhor engenheiro!
Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao nível da mediocridade.
Mas, por falar em Velho do Restelo...
... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso pensar.
Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inês de Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o episódio de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia, espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20 anos.
Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja que perfeita e inequívoca imagem eles compõem:
"Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano d'alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito (...)
"
Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo?
Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos?
Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la.
Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos conteúdos programáticos por "alegado teor pornográfico" e o de Inês de Castro igualmente, por "incitamento ao adultério e ao desrespeito pela autoridade".
Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do "lápix" azul?
E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e rigor?
Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma desonestidade acolá.
Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora, mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.
Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho de que ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da escola. O resto é comigo.
Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho.
Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência e rigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse papel.
A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a estudar.
Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí.
Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este sistema de três equações a três incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder com a sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é perfeitamente suficiente...
Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer?
E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por estúpida.
Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala, tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste Portugal é apenas "os meus sentidos pêsames".
Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas, alto lá! Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente, com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos e escrevem obscenidades.
Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah...
espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há castigos...
Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir "senhor engenheiro para cá", "senhor engenheiro para lá". É que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma.
Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho dúvidas.
Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem no nosso.
"A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?
"
Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,
Uma mãe preocupada"
A carta está tal como me chegou á caixa de correio electrónico.
Deliciem-se e tirem as ilações que quiserem. .
Fiquem bem

domingo, outubro 12, 2008

Obras inacabadas na rotunda do Poço na Ribeira de Sintra

Hoje vou falar não dos males porque passa o nosso "país de Sócrates", mas de regionalisses.

Faz muito tempo que obras na rotunda do Poço, na Ribeira de Sintra, a cargo de sabe-se lá quem se encontram inacabadas, as baías de protecção que por lá estão indicam que o empreiteiro é a firma Pinto&Bentes, o tempo começa a mediar as "calendas do tempo" aberto as valas isso foi realizado mas voltar a tapar é que parece estar difícil, será por falta de dinheiro que a obra ficou a meio.

As obras começaram muito antes do Verão.

Aqui ficam as imagens desta falta de respeito pela população da ribeira que tem de prescindir de um espaço de passeio, mesmo por detrás da paragem dos autocarros.

Vejamos o que responde a Câmara Municipal de Sintra e a Junta de Freguesia de S. Martinho.

Fiquem bem


































quinta-feira, outubro 02, 2008

O José "Lello" pós o s Russos em sentido

Com as notícias do RCP da manhã ficamos a saber que o sr. José "Lello" como um vulgar sargento-ajudante do governo do nosso "primeiro José Sócrates" já não se limita a sugerir á sua camarada de partido Ana Benavente, não a celebre frase do rei de Espanha "Porque non te callas???" mas sim a sugerencia de "porque não te vais embora do partido que estás a chatear", como um vulgar jardineiro que barre o muito sujo jardim do PS.
Não, agora o senhor "Lello" foi mais longe, foi até á fronteira da Rússia com a Geórgia, e até pós em sentido um General Russo, e esta hei!!!
Mas oiçam o repórter José "Lello" a relatar as peripécias do presidente da Assembleia Parlamentar da NATO José "Lello" na fronteira Russo/Georgiana.
O presidente da Assembleia Parlamentar da Nato esteve três dias numa delegação, que terminou esta madrugada uma visita à Geórgia. José Lello afirma que "a comitiva se deslocou a Gori, onde verificou que as tropas russas estão inamovíveis na decisão de expulsar os georgianos daquela região".
Oiçamos
José "Lello" acusa Rússia de incumprimento do cessar-fogo
E como chegou este "côta" do PS e ferrenho adepto do Boavista a este lugar tão pomposo que até assusta um General Russo.
Deliciem-se
Fiquem bem

quarta-feira, outubro 01, 2008

Mais um dia de contestação no "país de Sócrates"

Os trabalhadores portugueses cumprem mais um dia de contestação contra as ofensivas deste governo do Partido Socialista, governado pelo "nosso Primeiro", José Sócrates.
É um prazer ouvir logo pela manhã os grandes comentadores do RCP, Pedro Adão e Silva e Pedro Marques Lopes, um é do PSD e o outro é do PS, tratarem os trabalhadores portugueses como personagens menores deste jogo do patrão e do empregado, onde os "malandros dos trabalhadores" mais não querem do que dar cabo do . Estes senhores que tenho o prazer de todos os dia, não passam de meros comentadores "ultra-liberais" que mais não preconizam do que um liberalismo social que iria tornar as leis iguais ás que estavam antes do 25 de Abril de 1974.
É pena que para os grandes órgãos de comunicação em Portugal os comentários politico-sociais só tenho interesse os que vêm com "bloco central", PS/PSD, são eles que institucionalizam a bipolarização política no nosso país.
Mas voltemos ao que interessa a "grande contestação" está na rua, a greve com grande ou pequena adesão é sempre marcante no contesto relacional entre trabalhadores, patrões e governo.

Vejamos o que vai dar mais esta jornada de luta.

As notícias são de grandes adesões.

"A greve da administração pública registou uma adesão de 100 por cento nos Hospitais de São José, Curry Cabral, Dona Estefânia, Capuchos e no INEM, revelou a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública em comunicado. A paralisação iniciou-se às 00h00 de hoje e registaram-se também problemas na recolha de lixo e na circulação dos comboios de longo curso e linha de Sintra esta manhã"

As razões para mais esta greve justificam-se pela forte perseguição a que têm sido sujeitos os trabalhadores da Administração Pública e dos trabalhadores em geral pelos últimos governos e nomeadamente este governo do PS.

Somos os trabalhadores que na Europa mais têm perdido em regalias e em poder económico, estamos empobrecidos cada vez mais com estas políticas neo-liberais.

Vejamos o que diz o comunicado do Sindicato da Administração Local (STAL),ver comunicado

Até logo

Voltei (20,00 Horas)

Estou a ouvir mais uma vez os comentários dos comentadores do programa Minuto a Minuto - Politicamente (RCP), continuo incrédulo como se pode comentar, ou aceita-se que comentem, algo sem o menor conhecimento prévio das razões que levaram milhares de trabalhadores a fazerem greve.

Oiçam o som dos comentários desses senhores.
Minuto a Minuto - Politicamente
Com Pedro Adão e Silva e Pedro Marques Lopes

Se estas personalidades "neo-liberais" sectárias se dessem ao trabalho de lerem na própria Internet os comunicados dos sindicatos saberiam que o movimento sindical nunca se descredibilizam, mas sim reforça-se e tudo o que é contra o PS é mau, e seria melhor que os trabalhadores se deixassem segregar pelos patrões, o Sr. Pedro Adão e Silva tem muita razão quando diz que o que hoje se passou não foi uma greve "geral", claro que não "Pedro" foi NACIONAL e isso vem bem realçado nos cartazes e comunicados dos sindicatos, e todos sabemos que em Portugal dificilmente se pode fazer uma "greve geral" porque a UGT, vulgo central sindical do PS, se rebaixa mesmo tendo em conta os muitos protestos dos seus associados.

Por tudo isto deixo um conselho aos comentadores de "meia-tigela", leiam previamente os comunicados dos sindicatos.

Mais não encontro valor nenhum nos comentários destes senhores.

Fiquem bem.